Projeto manteve componentes originais do motor e funcionamento dos assistentes eletrônicos de pilotagem
Diavel é uma referência a “diabólico”, mas aqui no Brasil alguns apaixonados por preparação conseguiram mudar o sentido para “insano”. Tudo começou quando o proprietário desta Ducati Diavel, entusiasta de carros e motos preparados, pensou em turbiná-la.
Logo entrou no circuito o preparador Marcelo Peixoto, da Motors Company, que já havia turbinado uma Harley-Davidson V-Rod. Com a Diavel na oficina, Peixoto iniciou a escolha dos componentes e estudos para definir os posicionamentos da instalação. Afinal, diferentemente dos carros, não há tanto espaço disponível para esconder tudo debaixo do capô.
Os componentes ficariam à mostra na Diavel, o que pedia uma instalação de boa aparência. Além de o espaço ser limitado, era necessário preservar a área para as pernas do piloto. A usabilidade também era importante, afinal a turbina não poderia raspar quando a Ducati fosse inclinada nas curvas.
Foi escolhida uma turbina Garrett GT2860R, que possui rolamentos no eixo principal em vez de bronzinas, e uma válvula TiAL. A Rocket fabricou um coletor de curvas em aço inox, para que turbina e válvula de regulagem de pressão entrassem de maneira harmoniosa.
Com essa parte pronta, foi a vez de criar a caixa de pressurização, também conhecida como mufla, e a tubulação para levar o ar da turbina até o corpo de injeção. Essa tarefa ficou sob a responsabilidade da Fôlego Turbo.
Ainda havia um grande desafio pela frente, o sistema de injeção eletrônica e todos os assistentes para pilotagem. A ideia era manter o funcionamento com gasolina, preservando as funcionalidades de acelerador eletrônico, controle de tração, ABS.
Peixoto optou por um módulo auxiliar da italiana Rapid Bike e novos bicos injetores K18, para dar conta de alimentar o motor corretamente. O objetivo era criar um motor turbinado de funcionamento linear, sem falhas na aceleração.
Para facilitar a pilotagem e o controle da roda dianteira, que levanta do solo em 3ª marcha, a mais de 180 km/h, foi adicionado um sistema de troca de marchas quickshifter. Nenhuma alteração estrutural foi feita, portanto a moto pode ser revertida à originalidade facilmente. Componentes internos do motor, como virabrequim, bielas e pistões permaneceram originais, pois já são forjados e de boa resistência.
Após várias horas no dinamômetro para regulagem da injeção, o resultado: 223 cv e 18 kgf.m na roda. Ou mais de 250 cv medidos no virabrequim, seguindo o padrão adotado pelas fichas técnicas da maioria das fabricantes. E isso com pressão de apenas 0,4 bar. Originalmente, essa Diavel rende 162 cv e 13,3 kgf.m.
“Ficou linear na subida de giros, mas um canhão!”, disse o piloto Leandro Mello depois de avaliá-la numa pista fechada. “A rapidez com que as rotações sobem e é preciso trocar de marcha impressiona. Desligando os controles eletrônicos pode fazer burnout por dezenas de metros, e quando traciona, empina em 1ª marcha, 2ª, 3ª...”
Fonte: Revista Duas Rodas
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