O módulo de injeção, ou do tipo “piggyback”, é a maneira mais simples de conseguir potência sem perder originalidade. Não é necessário trocar peças, apenas plugar e modificar a programação da central eletrônica da moto (ECU). Talvez você já tenha escutado sobre Power Commander ou Rapid Bike, mas não saiba exatamente o que fazem. Alterar a quantidade de combustível injetada nos cilindros é o principal objetivo, além de outras funções possíveis. Módulos mais sofisticados também podem acessar limite de rotações, ponto de ignição, controle de tração e freio motor.
Essa otimização da mistura ar/gasolina focando performance é viável porque os ajustes de fábrica atuais tendem a ser pobres em gasolina para se enquadrarem com boa margem aos limites de emissões. Se a moto já tem filtro ou escapamento esportivo (ou ambos) a instalação do módulo é até desejável. Afinal, com mais fluxo de ar na câmara de combustão é preciso compensar a proporção de gasolina. A injeção original nem sempre consegue, então o módulo potencializa os ganhos e ajuda a proteger o motor de superaquecimento. Essa potência extra pode ultrapassar os 10%.
Para instalar um módulo de injeção é necessário trocar o chicote elétrico original pelo que acompanha o aparelho. Este novo chicote leva dados dos sensores ao módulo, que altera as informações enviadas à ECU e os comandos correspondentes. Alguns dos sensores espalhados pela moto são de posição do acelerador, temperaturas do ar admitido e do líquido de arrefecimento do motor, posição das borboletas, pressão no coletor de admissão, oxigênio na mistura ar/combustível, rotações do motor e marcha engatada. Os bicos injetores de combustível, por exemplo, são componentes que pode receber novas instruções de funcionamento.
Alguns módulos possuem o recurso de autoajuste da mistura (função "autotune") para melhor performance, mas é possível obter mais manualmente. Um bom preparador, munido de dinamômetro, realiza um ajuste fino e alcança resultados superiores alterando o ponto de ignição. Pode modificar as respostas ao acelerador por faixa de rotação e marcha, de acordo com as características desejadas pelo proprietário. O profissional também deve considerar fatores como tipo de uso, expectativa por consumo de gasolina e estilo de pilotagem.
É importante alertar que a nova programação é um procedimento delicado, que altera características como capacidade de refrigeração e emissões. Por isso, para evitar danos mecânicos e até perda de performance o ideal é contar com assistência profissional. O custo do equipamento varia de R$ 500 a R$ 3 mil, dependendo dos recursos. É encontrado para a maioria dos modelos de motos a partir de 300cc.
Fonte: Revista Duas Rodas
Comments